terça-feira, 20 de maio de 2014

Cristo

São Paulo 10 dezembro 2009

Autor Marco Antônio Cunha

Cristo


Se a batalha é suada, mas acaba em alegria.
O profeta de plantão diz ser sua autoria
Eu rezei por muitas noites pra você entre gemidos
Senti dores nos joelhos, mas por Deus eu fui ungido.

O meu Deus me acordou pra orar intercedendo
Por sua alma enfraquecida que estava se perdendo
Se não fosse assim por mim, triste fim você teria.
Você estava atolado, mas o mal não percebia.

Mas jejum e sacrifícios por você estou fazendo
Deixa de ser arrogante e aceite o que estou te dizendo
Em você não há virtude a virtude é toda minha
Eu vou sempre na igreja e comigo Deus caminha

Para cá eu fui trazido e meu cajado preparado
Eu sou forte na demanda e o capeta é um derrotado
Deus não fala com você nessa guerra com o chifrudo
Ele só fala comigo pra você meu Deus é mudo



Eu estou te prevenindo se mesmo assim você cair
Não me venha por a culpa, pois você não quis me ouvir.
A questão não é se ouço a questão é o que me dizes
Se Deus abriu o mar vermelho e deu mana e codornizes

Como pode ser você a salvação da minha alma?
Se você não é humilde e quase sempre perde a calma?
Pois no meio da batalha quando a coisa fica preta!
Você bate em retirada e diz que a obra é do capeta!


Pois que eu saiba Deus é rocha e capacita o competente
Se esconder durante a guerra sempre foi coisa de crente
Oração sem atitude para Deus é obra morta
Quem separa quem é bom de quem tem a vida torta?

Cristo disse no madeiro, perdoai-os ó meu Deus.
Derramou todo seu sangue pra que eu fosse um dos seus
Quando eu olho a minha volta ninguém quer sangrar por mim
Vejo burros blasfemando mastigando seu capim!

Usam o sangue derramado de Cristo que vai à frente
Pleiteando a salvação e se vestindo como crente
Esquecendo-se que são pó e que do pó não sai virtude
Pra salvar os pecadores que ainda vivem a miúde

Das três vidas no calvário uma era a salvação
E mesmo estando pendurada concedeu ali o perdão
Cristo disse hoje mesmo estarás no paraíso
E o que não teve humildade é que ficou no prejuízo

Mesmo assim Cristo rogou por todos os pecadores
Suplicando, não pra si o perdão em meio às dores.
Caminhou com os impuros derramando seu amor
Sem julgar os que o odiavam e lhe causaram tanta dor



Pedro disse com soberba mestre por ti eu morreria
Posto a prova sua coragem transformou-se em covardia
Veja bem esse era Pedro que com Cristo caminhava
Sendo à sombra do cordeiro que com ele sempre estava

Se antes que o galo canta-se ate Pedro a Cristo negou
Como pode uma pessoa me julgar pelo que sou?
Deus não pode estar comigo no meio da imundice?

Eu não vim para os sãos, mas pros enfermos, quem foi que disse?

Tudo isso para o joio é razão pra um argumento
Folheando a sua bíblia pra nos dar “seu” julgamento
A doutrina e o mistério vão servir pra um pão azedo
Que alimenta os pecadores que ele aponta com seu dedo...



sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Veneno

São Paulo 7 de setembro de 2011,
Autor Marco Antônio Cunha

Veneno

Quando expressa seus desejos o ser humano é pequeno
Em tudo aquilo que ele toca deixa um pouco de veneno
Mata, empalha, enverniza põe no gancho e pendura
E ainda  acha que é bonito porque enfeita com moldura.

Aves presas em gaiolas, peixes presos nos aquários.
Pedacinhos do planeta numa espécie de armário.
Veja o céu, olhe pro mar e sinta o cheiro dessa terra.
Animais sofrem e gemem confinados numa guerra

O que não tem serventia o ser humano diz que é lixo
Gente velha é exilada e  tratada como bicho
Crianças e adolescentes vivendo de qualquer maneira
Bebezinhos descartados encontrados em lixeiras

Borboletas espetadas coleção de um mundo morto
Tudo que ele acha raro quer guardar pra seu conforto
Compra, vende ou joga fora  quer ter mais do que precisa.
Até o próprio corpo humano ele guarda pra pesquisa

Suja a agua a toda hora basta ter uma  torneira
Lava as mãos e dá descarga pro descarte da sujeira
Se o planeta e redondo e o universo é infinito
Porque o homem sempre estraga tudo aquilo que é bonito?